LOUD MAGAZINE - printed portugal
FOLGE DEM WIND
«Inhale The Sacred Poison»
[CD code666/MLI]
Quando o black metal decidiu que a
floresta não era só boa para ir para lá
tirar fotos à noite e decidiu fazer dela
uma parte integrante do seu som,
apareceram algumas propostas
extremamente interessantes. O black
metal folk/pagão, aquele mesmo a
sério, que não é só uma desculpa para
fazer umas pinturas diferentes ou
para ser nazi às escondidas, é um
subgénero com um potencial enorme,
quando bem explorado. Tanto pode
evoluir para a esquisitice mística
(Drudkh) como para um ambiente
mais campestre (Dornenreich) como
para um simples enriquecimento do
black metal mas mantendo toda a
força original do género (Helrunar).
Os Folge Dem Wind pendem para a
esquisitice e até arranjam um subsubgénero
próprio, o black metal
animista (animismo é, muito
resumidamente, a crença de que todos
os elementos do cosmos têm alma e
certamente que os interessados
rapidamente irão ler o resto do artigo
na Wikipedia), que em «Inhale The
Secret Poison» se manifesta pelos
longos e inquietantes momentos em
que o projecto francês nos oferece a
banda-sonora perfeita para uma noite
de contemplação das estrelas no
telhado, com murmúrios e sussurros
e sons cósmico-campestres. Dada a
beleza etérea desses momentos, ainda
mais impactante é o contraste
provocado pela selvajaria
surpreendente dos assomos mais
propriamente black metal, de uma
crueza súbita e até mesmo pouco
óbvia. Essas ocasiões raivosas
também não são raw black metal por
si só, apresentam igualmente uma
natureza dissonante bastante
original, com o vocalista Kilvaras a
assustar com os guinchos lancinantes
que emite. Normalmente é descrita de
forma elogiosa, esta disparidade de
elementos a cruzar-se no espaço de
um só álbum, mas isso só acontece
quando todos lá parecem pertencer de
verdade, o que não é o caso. Dá
mesmo a sensação que, se não fosse
todo o envolvente místico, se os Folge
Dem Wind fossem só uma banda de
black metal sem a outra parte daí
decorrente, «Inhale The Sacred
Poison» resultaria de forma muito
mais eficaz. Das duas uma, a partir de
agora ou tentam mais, para a junção
entre os vários elementos do seu som
se dar de forma natural ou tentam
menos e arrancam-nos a cabeça com
um álbum de bestice pura. Qualquer
um serve, sinceramente. [6.5] J.C.S.
FOLGE DEM WIND
«Inhale The Sacred Poison»
[CD code666/MLI]
Quando o black metal decidiu que a
floresta não era só boa para ir para lá
tirar fotos à noite e decidiu fazer dela
uma parte integrante do seu som,
apareceram algumas propostas
extremamente interessantes. O black
metal folk/pagão, aquele mesmo a
sério, que não é só uma desculpa para
fazer umas pinturas diferentes ou
para ser nazi às escondidas, é um
subgénero com um potencial enorme,
quando bem explorado. Tanto pode
evoluir para a esquisitice mística
(Drudkh) como para um ambiente
mais campestre (Dornenreich) como
para um simples enriquecimento do
black metal mas mantendo toda a
força original do género (Helrunar).
Os Folge Dem Wind pendem para a
esquisitice e até arranjam um subsubgénero
próprio, o black metal
animista (animismo é, muito
resumidamente, a crença de que todos
os elementos do cosmos têm alma e
certamente que os interessados
rapidamente irão ler o resto do artigo
na Wikipedia), que em «Inhale The
Secret Poison» se manifesta pelos
longos e inquietantes momentos em
que o projecto francês nos oferece a
banda-sonora perfeita para uma noite
de contemplação das estrelas no
telhado, com murmúrios e sussurros
e sons cósmico-campestres. Dada a
beleza etérea desses momentos, ainda
mais impactante é o contraste
provocado pela selvajaria
surpreendente dos assomos mais
propriamente black metal, de uma
crueza súbita e até mesmo pouco
óbvia. Essas ocasiões raivosas
também não são raw black metal por
si só, apresentam igualmente uma
natureza dissonante bastante
original, com o vocalista Kilvaras a
assustar com os guinchos lancinantes
que emite. Normalmente é descrita de
forma elogiosa, esta disparidade de
elementos a cruzar-se no espaço de
um só álbum, mas isso só acontece
quando todos lá parecem pertencer de
verdade, o que não é o caso. Dá
mesmo a sensação que, se não fosse
todo o envolvente místico, se os Folge
Dem Wind fossem só uma banda de
black metal sem a outra parte daí
decorrente, «Inhale The Sacred
Poison» resultaria de forma muito
mais eficaz. Das duas uma, a partir de
agora ou tentam mais, para a junção
entre os vários elementos do seu som
se dar de forma natural ou tentam
menos e arrancam-nos a cabeça com
um álbum de bestice pura. Qualquer
um serve, sinceramente. [6.5] J.C.S.